quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meninos de coro

Foi provavelmente a primeira vez que os Dead Combo actuaram numa igreja. A Round Chapel, em Hackney, estava cheia de fiéis na passada sexta-feira, para ouvir o som distorcido de guitarras e contrabaixo. Projectadas nas paredes e sobre o órgão de tubos, imagens difusas de rostos, figuras diabólicas e strippers a rodar em torno de varões.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

On being sane in insane places

Em 1973, oito pessoas mentalmente sãs tentaram ser internadas em hospitais psiquiátricos, no âmbito de uma experiência científica preparada por David Rosenhan. Todos os pacientes acabaram por ter alta, mas só após um período relativamente prolongado de internamento e de terem concordado em continuar a tomar a medicação prescrita.

Durante a passagem pelas instituições, muitos dos comportamentos dos voluntários eram interpretados pelo pessoal clínico à luz da enfermidade diagnosticada. Alguns dos pacientes, por exemplo, tiravam regularmente notas sobre a experiência. Numa das fichas clínicas, alguém anotou: «Patient engages in writing behaviour» – um bem conhecido indício de insanidade.

Uma segunda experiência foi depois montada quando a direcção de um outro hospital, irritada com os resultados do estudo, desafiou a equipa de Rosenhan a enviar pacientes incógnitos para a sua própria instituição, de modo a poder confirmar a eficácia dos diagnósticos da sua equipa na distinção entre falsos e verdadeiros doentes. Com efeito, o pessoal médico foi capaz de identificar mais de quarenta fraudes entre os quase duzentos pacientes da instituição. Mas Rosenhan não tinha enviado qualquer voluntário incógnito.

A experiência é referida muitas vezes como exemplo dos limites fluidos entre os estados de sanidade e de insanidade. Mas mais do que os dados empíricos, gosto do título que foi dado ao estudo, On being sane in insane places, uma frase que me vem à cabeça com frequência no dia a dia, por vezes mesmo com os termos invertidos, acompanhada por uma pergunta: «quanto mais tempo até ter alta?»